O estado de São Paulo retrocede temporariamente para a fase vermelha da quarentena a partir desta sexta-feira (1º). A medida que visa conter o avanço da contaminação pela Covid-19 valerá também para os dias 2 e 3.


A fase vermelha é a mais restritiva do plano da gestão estadual de flexibilização da economia. Nela, apenas serviços essenciais são autorizados a funcionar (veja abaixo o que abre e o que fecha). Nesta quinta-feira (31), o governo de São Paulo prorrogou a quarentena no estado até o dia 7 de fevereiro.

Veja as regras da fase vermelha da quarentena em São Paulo
Podem funcionar nos dias 1º, 2 e 3 de janeiro:

Hospitais
Clínicas de saúde
Farmácias;
Mercados;
Padarias;
Açougues;
Postos de combustíveis;
Lavanderias;
Meios de transporte coletivo, como ônibus, trens e metrô;
Transportadoras, oficinas de veículos;
Atividades religiosas;
Hotéis, pousadas e outros serviços de hotelaria;
Bancos;
Pet shops.
Não abrem nos dias 1º, 2 e 3 de janeiro:

Shoppings;
Lojas;
Parques;
Concessionárias;
Escritórios;
Bares, restaurantes e lanchonetes (exceto para delivery);
Academias;
Salões de beleza e barbearias;
Cinemas, teatros e outros estabelecimentos culturais.
Segundo a última reclassificação do plano, a maioria das regiões do estado está na fase amarela, mas o governo decidiu retroceder todo o estado temporariamente para a fase vermelha nos dias seguintes ao Natal e ao Ano Novo.

A exceção é a região de Presidente Prudente, que devido à piora dos índices de saúde já havia sido reclassificada na fase vermelha. Na próxima segunda-feira (4), deve haver nova avaliação das regiões.

Na quarta-feira (30), o procurador-Geral de Justiça de São Paulo, Mario Sarrubbo, fez uma recomendação aos prefeitos para que cumpram as restrições determinadas pelo Plano São Paulo na quarentena, sob pena de medidas judiciais cabíveis.

Veja o que não pode funcionar na fase vermelha do Plano São Paulo — Foto: Reprodução/EPTV

57% mais mortes em dezembro
Funcionários fazem enterro no Cemitério de Vila Formosa, na Zona Leste de São Paulo, em foto do dia 18 de dezembro. — Foto: Antonio Molina/Fotoarena/Estadão Conteúdo

O estado de São Paulo registrou 57% mais mortes por coronavírus em dezembro em comparação ao mês de novembro. Até esta quarta-feira (30), haviam sido confirmados 4.382 óbitos em dezembro, contra 2.784 em novembro.

O valor mensal é o maior desde setembro, quando foram registradas 5.608 mortes no estado. O mês com mais registros de óbitos foi julho, com 8.234 mortes (veja o gráfico abaixo).


Dezembro tem maior número de mortes por Covid-19 no Brasil desde setembro, indicam secretarias de Saúde
Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde, também houve aumento de 67% no número de casos confirmados da Covid-19 em dezembro em relação ao mês de novembro. Foram 210.425 confirmações em dezembro até a quarta, contra 125.526 em novembro.

Com a proximidade das festas de final de ano, houve aumento de 35% na procura por testes do tipo RT-PCR na rede particular do país. O crescimento na procura também pode ter influenciado a alta no número de casos confirmados.

Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde, foram registrados na quarta-feira (30) 282 novas mortes e 11.849 casos confirmados de Covid-19 nas últimas 24 horas, elevando o total de óbitos desde o início da pandemia para 46.477. Os casos já totalizam 1,45 milhão.

A média móvel diária de mortes, que leva em consideração o registro dos últimos sete dias, é de 129 nesta quarta. Há 35 dias seguidos o estado registra média móvel de mortes acima de 100. Já a média móvel diária de casos é de 6.134.

O número total de pacientes internados com suspeita ou confirmação de Covid-19 é de 11.129 nesta quarta, sendo 6.252 em enfermaria e 4.877 em Unidades de Terapia Intensiva (UTI).

As internações têm se mantido acima de 10 mil desde o início do mês, o que pressiona o sistema de saúde e interfere no atendimento de outras doenças.

Novo aumento da pandemia
O estado de São Paulo ultrapassou na terça-feira (29) a marca de 46 mil mortes por coronavírus desde o início da pandemia. Devido ao novo aumento da Covid-19, o Centro de Contingência do governo estadual divulgou uma carta nesta terça pedindo que a população respeite as medidas de proteção para conter as novas contaminações.

"Os números de casos, internações e óbitos por Covid-19 no mês de dezembro apontam um crescimento da pandemia no Estado. A transmissão da doença retornou com força. O total de novos casos de coronavírus registrado no mês já é seis vezes maior do que em comparação à soma dos três primeiros meses da pandemia. O número de mortes é 60% superior ao total de vítimas fatais entre março e maio", diz a carta do Centro de Contingência, que é formado por 20 especialistas em saúde.

O Centro alerta para a importância de uso de máscara, respeito ao distanciamento social, lavar as mãos, usar álcool gel e evitar aglomerações.

"É fundamental que essas medidas sejam adotadas por todos, sem exceção, em um esforço coletivo para salvar vidas. Boa parte das pessoas que transmitem o coronavírus são assintomáticas, por isso festas, encontros sociais e aglomerações devem ser evitadas neste momento. A ação consciente de todos neste período do ano é parte vital na contenção da propagação do vírus.